Em um município como Maiquinique, onde a carência de recursos é evidente, os gastos com diárias da prefeita Valéria Silveira (PV) e dos secretários municipais têm chamado a atenção da população. Somente em 2024, o valor total desembolsado com diárias atingiu a cifra de R$ 137.205,49. Já em 2025, apenas nos dois primeiros meses desse ano, o montante já soma cerca 45.247,66, de acordo dados do ente municipal no seu portal da transparência https://transparencia.fatorsistemas.com.br/dados/diarias.php?id=pm_maiquinique

Esses números, no entanto, levantam questionamentos sobre a eficiência e a transparência do uso do dinheiro público, especialmente em um contexto de demandas sociais urgentes.

A prefeita Valéria, por exemplo, recebeu cerca de R$ 29.101,25 (vinte e nove mil cento e um reais e vinte e cinco centavos) em diárias ao longo de 2024. Uma única viagem a Brasília, em que ela alegou buscar “benefícios para a cidade” custou aos cofres públicos municipal o montante de R$ 8.730,36 (oito mil setecentos e trinta reais e trinta e seis centavos). Em 2025, apenas em janeiro e fevereiro, ela já acumulou mais de 15 mil reais em diárias.

O Secretário de Administração, Lídio Neves Figueiredo, cunhado da prefeita, recebeu apenas em janeiro e fevereiro de 2025 cerca de R$ 6.693,23 (seis mil seicentos e noventa e três reais e vinte e três centavos). Esses valores, quando somados, poderiam ser direcionados para ações concretas que impactassem diretamente a vida da população.

O que R$ 137 mil poderiam fazer por Maiquinique? Responde aí morador.

O montante gasto com diárias em 2024 poderia ter sido utilizado para adquirir aproximadamente 1.000 cestas básicas, beneficiando famílias em situação de vulnerabilidade. Ou, ainda, poderia ser investido na reforma de casas populares, na compra de medicamentos para o hospital municipal ou em melhorias na infraestrutura urbana, como pavimentação de ruas e iluminação pública. Essas são necessidades palpáveis e urgentes, que contrastam com os gastos crescentes em viagens cujos resultados práticos ainda não são claros para a população.

Falta de transparência e resultados

A prefeita e seus secretários frequentemente justificam as viagens como necessárias para “buscar benefícios para a cidade”. No entanto, as alegações são vagas e genéricas, sem detalhamento sobre quais projetos ou recursos estão sendo pleiteados. A população, por sua vez, não tem percebido mudanças significativas que justifiquem os altos custos dessas viagens. A falta de transparência e a ausência de resultados concretos alimentam a desconfiança sobre a real finalidade desses deslocamentos.

Contraponto: Viagens são realmente necessárias?

Embora seja compreensível que gestores públicos precisem se deslocar para negociar recursos e parcerias, o volume de diárias pagas e a falta de clareza sobre os objetivos dessas viagens levantam dúvidas sobre a eficácia dessas ações. Será que todas as viagens são imprescindíveis? Ou parte desses recursos poderia ser economizada e reinvestida em áreas prioritárias, como saúde, educação e assistência social?

Nesse sentido, os gastos com diárias da prefeita e secretários municipais de Maiquinique evidenciam uma desconexão entre as prioridades da gestão pública e as reais necessidades da população. Enquanto valores expressivos são destinados a viagens com justificativas pouco claras, setores essenciais continuam carentes de investimentos. É urgente que a administração municipal preste contas de forma transparente e demonstre, na prática, os benefícios que essas viagens têm trazido para a cidade. Afinal, o dinheiro público deve ser utilizado com responsabilidade e foco no bem-estar coletivo.