O Senado aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira, 5 de novembro, o Projeto de Lei nº 1.087/2025, que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês. A proposta, que segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), poderá entrar em vigor já em 2026 e deve beneficiar diretamente cerca de 25 milhões de trabalhadores

Na prática, o trabalhador que recebe até R$ 5 mil mensais deixará de ter qualquer desconto de Imposto de Renda em folha, o que representa um aumento imediato no salário líquido. Segundo cálculos do Ministério da Fazenda, o ganho mensal será de aproximadamente R$ 312,89, somando uma economia de R$ 4.067 ao ano, valor que equivale a mais de 80% de um salário mensal. Para quem ganha um pouco mais, entre R$ 5.001 e R$ 7.350, a nova lei prevê isenção parcial, com redução progressiva do imposto. Assim, quem recebe R$ 7 mil, por exemplo, deve economizar cerca de R$ 46,61 por mês.

Hoje, apenas quem ganha até R$ 3.036, o equivalente a dois salários mínimos, está livre do IR. Com a mudança, muitos trabalhadores da classe média deixarão de ser tributados. O Ministério da Fazenda estima que cerca de 10 milhões de novos contribuintes se tornarão isentos a partir de 2026, elevando o total para mais de 26,6 milhões de brasileiros. Esse grupo representa aproximadamente 65% de todos os declarantes e inclui boa parte da força de trabalho formal do país.

Apesar da ampliação da isenção, os trabalhadores com rendimentos acima de R$ 7.350 não terão alterações na tributação. O governo afirma que a medida não trará prejuízos à arrecadação, pois será compensada por uma nova cobrança sobre lucros e dividendos de pessoas físicas com renda anual superior a R$ 600 mil. Dessa forma, quem vive de salário será beneficiado com alívio no bolso, enquanto a carga tributária passará a recair de forma mais equilibrada sobre as faixas de renda mais altas.