A cidade de Maiquinique, no Médio Sudoeste, se encontra em um clima de tensão e articulações intensas à medida que se aproxima a eleição para a presidência e mesa diretora da Câmara Municipal, prevista para janeiro do próximo ano. Nos bastidores da política local, a corrida pelo comando do Legislativo tem se transformado em um cenário polêmico e questionável. A prefeita Valéria Silveira (PV), que recentemente foi reeleita para comandar por mais quatro anos o município, é apontada como decisiva em uma disputa que, ao invés de focar em propostas e estratégias na sua gestão, se envolve em negociações e promessas em torno de cargos e vantagens pessoais.

A estratégia da prefeita é clara: consolidar a eleição do vereador Ezequiel Ferraz para a presidência da Câmara, mesmo enfrentando uma rejeição quase unânime. Entre os nove vereadores que compõem a Casa, oito manifestam repúdio à candidatura de Ezequiel, tanto pela falta de aceitação popular quanto pela rejeição entre seus pares. Esse movimento de oposição é tão intenso que uniu vereadores de lados opostos – situação e oposição – em uma aliança para impedir que Ferraz assuma o cargo de presidente.

> A Questão do “Feirão” de Cargos e Secretarias

De acordo com informações apuradas pela nossa redação (Crônicas de Itarantim), a prefeita Valéria tem recorrido a uma espécie de “feirão” político, utilizando-se de cargos em secretarias municipais e promessas de vantagens financeiras para cooptar votos em favor de seu preferido. Essa tática coloca em cheque a independência e a autonomia dos poderes Legislativo e Executivo na cidade, criando um precedente perigoso que desafia a democracia local e o respeito à escolha dos próprios vereadores.

Em uma atitude de resistência, um grupo de vereadores, que não aceitou as ofertas da prefeita, está articulando alternativas que representem melhor os interesses coletivos e democráticos. Entre os nomes que surgem como fortes candidatos está o da vereadora Suely do Hospital, amplamente conhecida e respeitada, com uma trajetória de grande popularidade e votos expressivos. Suely conta ainda com o apoio de deputados estaduais e federais, o que reforça sua credibilidade como alternativa de diálogo e de uma gestão mais aberta e equilibrada na Câmara.

> Outras Possíveis Candidaturas

Além de Suely, outros vereadores também foram cogitados para a presidência, como a vereadora Silvani Enfermeira e o vereador Danilo Mendonça, ambos com três mandatos e amplamente reconhecidos pela sua imparcialidade e espírito democrático. Esses nomes, assim como o de Suely, trazem a experiência necessária para um mandato de gestão participativa e respeitosa com os colegas parlamentares.

A população de Maiquinique acompanha de perto esses movimentos e demonstra sua insatisfação com a postura da atual administração em tentar influenciar as eleições da Câmara por meio de práticas que beiram o assédio político. Para muitos, a tentativa da prefeita de impor Ezequiel à presidência não representa uma preocupação legítima com os interesses públicos, mas sim uma forma de ampliar seu controle sobre o Legislativo.

> A Questão da Autonomia dos Poderes

O desdobramento dessa eleição revelará até que ponto a prefeita Valéria Silveira respeitará ou não a independência dos poderes. Sua postura de interferência e o uso de recursos administrativos para atingir esse objetivo são vistos por muitos como um ato de autoritarismo, uma tentativa de manipular as engrenagens políticas para fins pessoais.

A questão que paira no ar é: prevalecerá a escolha democrática e independente dos vereadores, ou as interferências externas e as negociações obscuras terão sucesso? A cidade aguarda ansiosa para ver se, em um contexto de alianças e articulações intensas, os vereadores elegerão um nome que represente a autonomia do Legislativo e o respeito aos interesses coletivos, ou se a presidência da Câmara será marcada por uma decisão imposta à força.

O resultado dessa eleição não afetará apenas os rumos da Câmara Municipal, mas também refletirá diretamente o compromisso da gestão pública local com os valores democráticos e o respeito à população de Maiquinique.

Estamos de olho!

Essa é mais uma coluna semanal das articulações política na nossa região.