Ah, o São João! Essa festa que é mais do que uma celebração; é uma verdadeira poesia que reverbera na alma do povo nordestino. Quando as fogueiras começam a ser acesas, a luz que irrompe traz consigo a alegria e a união de toda uma comunidade. É um sinal de que as tradições estão sendo preservadas, mesmo em tempos de mudanças.

As comidas típicas surgem com suas cores vibrantes e sabores marcantes: o bolo de milho, a pamonha e o pé de moleque dançam na mesa, enquanto o licor e o amendoim não podem faltar. Cada prato é um pedaço da história dos pequenos agricultores que cultivam com amor os produtos da roça, trazendo saúde e sabor à nossa mesa.

Mas, como tudo na vida, o São João também tem seu fim. As fogueiras vão se apagando, mas as brasas permanecem, como lembranças quentes em nossos corações. O mês junino se desenrola entre os santos festeiros: Santo Antônio nos apresenta ao amor, São João nos ensina a celebrar a vida e São Pedro nos acolhe com sua proteção. Em cada um deles, vemos a força das tradições religiosas que se entrelaçam com as festividades populares.

É triste pensar que algumas dessas tradições estão se perdendo com o tempo. No entanto, ainda existem muitos que vestem suas casas com enfeites coloridos, enchem as ruas de ornamentações típicas e mantêm viva a chama da cultura nordestina. A fogueira na porta é um convite para todos, um sinal de que o São João começou.

Lembro-me das histórias contadas por meus avós sobre como a fogueira era um sinal de vida há mais de dois mil anos. Era um sinal de esperança e expectativa pelo nascimento de um João, uma forma ancestral de comunicação entre os que aguardavam ansiosamente no ventre. Essa conexão com o passado nos faz perceber que as tradições têm raízes profundas e significados eternos.

À medida que nos despedimos desse período tão aguardado, apagam-se as fogueiras, mas a luz delas permanece em nossos corações. E assim, esperamos pelo próximo ano, quando novas fogueiras serão acesas e novas histórias serão contadas.

Viva sempre o São João! Viva sempre o Nordeste!