Opinião: O Papa ao recomendar bênçãos aos casais do mesmo sexo mostra que o amor vai além dos conservadores que esquentam os bancos nas missas dominicais
Essa semana, o Papa Francisco surpreendeu a todos ao recomendar que a igreja conceda bênção aos casais do mesmo sexo que desejem recebê-la. A decisão é histórica e demonstra a coragem de Francisco em querer mudar algumas normas dentro de uma instituição considerada conservadora, apesar de muitos fiéis desejarem mudanças.
Apesar do avanço, a bênção é apenas pastoral e os casais não poderão participar dos rituais litúrgicos da igreja. O próprio documento doutrinário deixa claro que não se trata de sacramento, mas sim de um sinal do amor de Deus por todos.
Francisco tem enfatizado que nenhum padre deve proibir, em qualquer situação, aqueles que buscam uma bênção na igreja, e que ela deve estar sempre de portas abertas para todos. Suas decisões têm gerado conflitos com parte da ala da igreja conservadora, que deseja manter antigas tradições. No entanto, Francisco enfatiza que suas decisões não são opostas ou radicais em relação à tradição da igreja ou aos escritos bíblicos, mas sim um chamado para que a igreja acolha a todos e seja uma igreja em saída.
Outro tema que gera discussões no Vaticano e entre a igreja mundial é o papel das mulheres. O Papa já afirmou que é necessário que a igreja se abra para este debate, considerando até a ordenação de mulheres para o serviço litúrgico. Muitos padres concordam que é hora de abrir caminhos para as mulheres, uma vez que são elas que geralmente servem nas comunidades e coordenam atividades religiosas.
Estes são temas que agradam Francisco e muitas pessoas ao redor do mundo esperam que um dia se concretizem, para que a igreja seja verdadeiramente um espaço de acolhimento e participação para todos. O Papa Francisco busca tornar a igreja mais aberta e acolhedora, demonstrando para seus padres, bispos e arcebispos que a igreja não pode negar aqueles que buscam soluções e caminhos para suas vidas.
Ele (Francisco) reconhece que, por decisões de muitos sacerdotes, a igreja permanece fechada para as realidades marginalizadas que a instituição ignorou por séculos e continua condenando aqueles que verdadeiramente buscam o amor.
Mesmo sendo apenas uma bênção pastoral e não sacramental a igreja de Francisco já começa a dar sinais de uma nova aurora, uma nova primavera. Afinal o Jesus de Nazaré, o filho da jovem Maria e de José, o camponês, o refugiado veio para todos sem nenhuma exceção. Então por qual motivo seria diferente?
Este amor do Papa pelo acolhimento das pessoas, em especial as mais marginalizadas, me fez recordar de uma canção (ouça abaixo) que a gente sempre cantava nos encontros quando eu estava na coordenação da Pastoral da Juventude (PJ) da Arquidiocese de Vitória da Conquista e na coordenação da Pastoral da Juventude Rural (PJR) do estado.