Manifestações no 7 de Setembro não contam com aval das Forças Armadas
Teor político, com ameaças de invasão e depredação ao prédio do STF e de interdições de rodovias é motivo de preocupação nos quartéis
As manifestações programadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o feriado da Independência do Brasil não são bem avaliadas pelas Forças Armadas. O teor político que tem sido dado, inclusive com ameaças de invasão e depredação ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e de interdições de rodovias, é motivo de preocupação dentro dos quartéis, que não querem dar respaldo a protestos que sejam marcados por episódios de violência.
Reportagem do jornal Correio Braziliense mostra que nas Forças Armadas, o entendimento é de que o país precisa é de uma trégua na crise entre os Poderes.
O deputado Coronel Armando (PSL-SC), da reserva do Exército, não escondeu a preocupação de que os atos bolsonaristas sejam marcadas por manifestações violentas de pessoas infiltradas. Segundo o parlamentar, por mais que os protestos promovidos por apoiadores de Bolsonaro sejam normalmente pacíficos, a situação política atual pode contribuir para atitudes mais exaltadas.
“Qualquer manifestação que passe a ter episódios de depredação ou de ameaça a instituições não deve ter a participação dos militares, seja da ativa, seja da reserva”, afirmou em entrevista ao diário.
Ainda segundo Coronel Armando, as instituições militares nunca incentivaram seus membros a participar de manifestações de cunho político e que, portanto, não seria diferente desta vez. Mesmo assim, ele acredita que não seria bom para a imagem da instituição a presença de militares fardados nas manifestações.
“Manifestações pacíficas e pela liberdade democrática são legítimas, mas quando um protesto toma um caráter violento por parte de alguns infiltrados, isso muda de figura. A gente não pode estar nessa situação. Esperamos um ato pacífico, pela independência do país”, disse.
O deputado General Peternelli (PSL-SP), também da reserva do Exército, acrescentou que “o país precisa de tranquilidade e o bem comum para todos”.
“O foco de todos nós tem de ser o cidadão e a população brasileira. Quando há polarização, temos de sempre perguntar se ela contribui ou não para o bem comum da população. A manutenção da lei e da ordem é uma atribuição legal das Forças Armadas”, defendeu. Bahia.Ba.